Donald Trump anuncia pré-candidatura à presidência dos EUA em 2024
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na noite de domingo que pretende concorrer às primárias do Partido Republicano para disputar a presidência do país em 2024. A declaração foi dada em discurso na mansão de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, acompanhado de apoiadores.
Nostálgico, Trump reutilizou durante o discurso seu slogan de campanha em 2016 e 2020. “Para fazer a América voltar a ser grande de novo, estou anunciando esta noite minha candidatura para presidente dos Estados Unidos”.
Donald Trump ainda precisa passar pelas eleições internas do Partido Republicano para enfrentar possivelmente Joe Biden, atual presidente que pode tentar a reeleição.
“Onda vermelha” não deu certo
O ex-presidente planejava usar a “onda vermelha” como uma força para sua candidatura em 2024. Mas as “midterms”, ou eleições de meio de mandato, não tiveram o resultado esperado pelos republicanos. O partido está projetado para tomar o controle apenas da Câmara — falta apenas uma cadeira —, e não do Senado, cuja maioria permaneceu democrata.
Candidatos endossados por Trump sofreram derrotas em diversos estados-chave. Por isso, parte do Partido Republicano o considera culpado pela derrota no Senado. O ex-presidente admitiu o resultado abaixo do esperado, mas negou qualquer responsabilidade.
Trump usa alta inflação em discurso
Durante o seu discurso, Donald Trump atacou Biden e falou sobre a alta inflação e a escalada dos preços dos combustíveis.
Os Estados Unidos enfrentam uma alta taxa de inflação ao consumidor — a maior em 40 anos — e o patamar de juros ao ano de 3,50% a 4% definido pelo Federal Reserve, banco central dos EUA — o maior desde 2008. A atual taxa de juros mostra uma economia mais resfriada e impuseram um desafio para os democratas nas midterms.
Além de problemas da atual gestão, ele voltou a minimizar os efeitos das mudanças climáticas e chamou o coronavírus de vírus da China e falar sobre a fronteira com o México. Trump também usou termos nacionalistas como “América grande” e “sonho americano”. Apenas um presidente na história dos EUA conseguiu se reeleger para um mandato não consecutivo: o democrata Grover Cleveland, em 1884 e 1892.
Além do feito inusitado de ganhar a reeleição não consecutiva, Donald Trump enfrenta investigações do Departamento de Justiça dos EUA. O DoJ encontrou diversos documentos sigilosos em gavetas de sua mansão de Mar-a-Lago após ele deixar a presidência. Ele também foi indiciado a depor pelo comitê que analisa os eventos do 6 de janeiro de 2021, quando o Congresso dos EUA foi invadido por trumpistas.
Rivalidade com Ron DeSantis
Ron DeSantis, governador da Flórida é o principal rival de Trump na pré-candidatura à presidência. DeSantis se reelegeu na última semana com folga e é considerado uma das peças chave para que o Partido Republicano volte ao comando da Casa Branca no ano que vem.
Questionada se ela apoiaria Donald Trump em 2024, a senadora republicana Cynthia Lummis, de Wyoming, disse a repórteres na segunda-feira: “Não acho que essa seja a pergunta certa. Acho que a questão é: quem é o atual líder do Partido Republicano?”
Sua resposta a essa pergunta: “Ron DeSantis”.
Em Utah, 86 legisladores republicanos enviaram na segunda-feira um comunicado à imprensa manifestando apoio a DeSantis e pedindo que ele concorresse nas prévias do partido. A maioria mórmon do estado há muito é cética em relação ao isolacionismo e linguagem obscena de Trump.
Já em Michigan, Paul Cordes, chefe de gabinete do Partido Republicano no estado, escreveu um memorando interno de quatro páginas que criticava os candidatos apoiados por Trump por “varreduras em todo o estado”.
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